Enzo

Meio do dia, você liga para sua mãe nem se lembrado do porquê de ligar e ela solta a noticia: "Sua irmã te mandou a foto?" "Que foto?" Você reage instintivamente. Ela diz que é surpresa. Você,já desacostumada com surpresas, já não dá importância para o fato. Volta para a sua outra metade do dia de trabalho.
Lá pelas tantas da tarde, equanto você escuta a Hannah Trigwell cantar "..You’re just a hideaway, you’re just a feeling You let my heart escape beyond the meaning..." O barulinho de mensagem do whatsapp lhe corta o sossego. Ansiosamente, você passa a vigiar o tempo do tomato até que soe o apito de break time.
Tempo finalizado, você digita velozmente a senha, erra dua vez, abre o aplicativo, abre a conversa com a irmã e lá está a foto abaixo:




Você acha o bichinho até charmoso, andando perto dos pertences dele... E já saca logo o arsenal de perguntas:"De quem é?", "onde tá?", "já tem um ano?" e torce para ela responder antes do break do tomato. Claro que  não dá sorte. Demorou séculos para conseguir a seguinte afirmação: "é seu sobrinho".

Não vamos nos ater a princípios morais da frase acima. O mais importante era o fato "vai ter um cachorro lá em casa quando você chegar". Você já sabe que não voltará para o próximo tomato. Há coisas mais urgentes acontecendo debaixo do seu teto. "Tá doida? nós tamos super apertadas de grana, cachorro dá altas despesas" Já mandou para a irmã questionando o bom senso dela. Ela já apelou para a emoção "Cachorrinho veiii, maior fofo". "Veii, e o veterinário?" "ele tá vacinado... e ah, eu sempre quis um cachorro.". De fato, nossa infância não foi regrada a bicho de estimações. Tivemos dois cachorros, Luana e Giba, e um papagaio, Baby. Logo, você já sabia que ela apelaria para o lado emocional. Bem lá no fundo, até você quer um cachorro. Mas alguém tem que ser sensato e prático, e aí você volta com as amolações "Você vai ter que limpar o quintal, levar para passear, comprar ração, comprar brinquedos, comprar tudo mais que precisar, vai ter que ficar em casa para dar comida..." Coisas que ela ia rebatendo uma a uma, até que sobrou só "Mãe deixou?".

Você já sabia a resposta. Já iniciou seu tomato, fechou a cara e voltou a trabalhar. No próximo break, você só mandou uma última mensagem emburrada para irmã: "Não vou pagar nada dele, nem ajudar com as tarefas". E se preparou para uma noite regrada a choros e uivos de filhote.


Primeiro Enconttro

Já foi recebida no portão pela Irmã. "Ele é grande, ele é muito lindo, anda coloca suas coisas pra você ver ele". Enquanto você coloca sua bolsa na mesa da copa, sente um treco passando entre suas pernas. Você grita, ele corre. Péssimo começo! Sua mãe lhe xinga, sua irmã sai correndo para pegar ele. Você fica com dó e vai atrás... Daí vê aquela carinha de preguiça e inocência, vê aquelas orelhas enormes e ...

A raça

Ah sim, não mencionei antes, ele é um Basset Hound, aqueles que tem orelhas enormes e cara de bobo. Dando detalhes técnicos da raça:

O Basset Hound tem uma carinha fofa e um temperamento bem dócil. É ótimo para conviver com crianças. Porém, pode ter diversos problemas de saúde por causa da sua coluna.

Família: ScentHound
Grupo do AKC: Hounds
Área de origem: França
Função Original: caçar coelhos e lebres
Tamanho médio do macho: Alt: <35 18-27="" 71="" alt:="" br="" cm="" da="" de="" dio="" f="" intelig="" kg="" m="" mea:="" ncia:="" nenhum="" no="" nomes:="" o="" outros="" peso:="" posi="" ranking="" tamanho="">Fonte: Tudo sobre a raça Basset Hound http://tudosobrecachorros.com.br/2012/09/basset-hound.html 

Apaixaonada

Depois do susto seu grito, você vai correndo consolar o cachorro. Pede desculpas. Acaricia a cabeça. Fala com voz de criança, acaricia a barriga, meche nas orelhas, senta no chão com ele, corre pelo quintal, joga bolinha para ele buscar... E assim você passa a ser uma das pessoas que conta toda feliz para os amigos: "Preciso ir agora porque o Enzo janta às 19:30" e já mostra fotos do bichinho para todos ostentando aquele orgulho besta que todo dono de animais domestico tem.

Como foi passar uma semana sem procrastinar

Eis que uma certa manhã, ela recebeu uma listinha de pequenos problemas (bobinhos mesmo) que foram parar em produção em um dos sistemas que ela testou (sim, senhores, ela faz isso - testa software para ganhar a vida). Ela experimentou um sentimento de derrota, uma certa decepção, coisas que a fizeram pensar que ser essa pessoa multi funcional podem a deixar fazendo várias coisas mal feitas.

E assim, ela começou a pesquisar por coisas que a fizessem ficar mais concentrada. E nessa busca, ela encontrou o seguinte post:

A Técnica Pomodoro é um método de gerenciamento de tempo desenvolvido por Francesco Cirillo no final dos anos 1980.1 A técnica utiliza um cronômetro para dividir o trabalho em períodos de 25 minutos chamados de 'pomodoros'.O método é baseado na ideia de que pausas frequentes podem aumentar a agilidade mental2 3 e busca fornecer uma resposta eficaz a um estado provocador de ansiedade chamado de temporal "becoming" nos trabalhos de Henri Bergson e Eugene Minkowski.Embora a técnica Pomodoro seja extremamente simples e fácil, ela não deve ser usada simplesmente como um processo de acelerar o desenvolvimento da tarefa, mas sim como uma unidade de esforço temporal além do poder que ela tem de focar na tarefa, evitando distrações. Portanto, além de você descobrir ao longo do tempo quais são as atividades em que você seja menos produtivo, você poderá tentar se desenvolver melhor nesses seus pontos mais fracos. São somente cinco os passos básicos para implementar essa técnica

1. Escolher a tarefa a ser executada

1. Ajustar o pomodoro (alarme) para 25 minutos

1. Trabalhar na tarefa até que o alarme toque; registrar com um "x"

1. Fazer uma pausa curta (3 a 5 minutos)

1. A cada quatro "pomodoros" fazer uma pausa mais longa (15-30 minutos)

 Explicação feita, adivinhe como ela buscou a dica?? Sim, foi lá pro whatsapp perguntar pros amigos.
E depois de uma loga conversa com um deles, comecou a usar o http://tomato-timer.com/




Vamos então ao resumo da semana:

Segunda: dia de empolgação, pouco trabalho, acabou o livro de Scrum. Ficou feliz da vida por ter conseguido passar o dia e com o resultado do trabalho feito.

Terça: as olhadas para o celular ficaram mais tentadora, muito trabalho que dependiam de outras pessoas, tarefas planejadas para o dia falharam.  Ainda assim conseguiu passar o dia com pouquíssimas olhadas no whatsapp.

Quarta: começou o dia empolgada, naquele clima "hoje vou ficar focada". Fez até a lista de tarfeas abaixo:

- Ler documentos do projeto e esclarecer dúvidas com o Dev
Break:  blog da Kika Castro
- Ler dois post sobre a certificação CSM
Break: Marina W
- Aula 1 - Selenium
Break: Gumys

E acabou que foi dia mais difícil: surgiu um assunto interessantes com uma amiga no whats, E as dúvidas renderam iteração com dev (para quem não sabe, Dev é abreviatura fofa para desenvolvedor- vulgo programador) full time. Ele foi sentar na minha mesa para trabalharmos juntos.
Em casa, o resto da lista foi esquecido.


Quinta: até as 08:30 procrastinando, nada de ouvir Podcasts de  inglês ou  de francês. Passou novamente o dia todo com o Dev . Desta vez ela foi para mesa dele. Em casa houve apenas um simulado de Scrum  para a  CSM e mais nada. Difícil manter foco.

Sexta: Houve mudança de projeto. Repasse de tarefas, distrações mil, Só completou um tomato e a tela abaixo foi sua realidade: vigiar o tempo do tomato.


Ela saiu da semana cheia de dúvidas e vai continuar tentando nesta nova semana. E como cenas dos próximos capítulos vai tentar responder as seguintes perguntas:

Vale mexer no celular para trocar de musica?
Vale ficar vigiando o Tomato timer?
Tem que dar pausa quando alguém vier pessoalmente lhe perguntar algo?
É difícil ficar os 5 mim relaxando?
Pode ir pegar café nos intervalos?
Pode adotar, depois de dois tomato, um tomato livre podendo mexer no celular?

Voltando à infância?