Vinte e Alguma Coisa

Amor não é a resposta, trabalho também não é.... A verdade é tão incompreensível que dói... Mas eu continuo me divertindo e acho que essa é a chave.. Tenho vinte e poucos e continuarei sendo a mesma coisa....

E houve carnaval

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Dessa vez houve carnaval. No sentido amplo da coisa mesmo. Ela, que sempre arranja mil desculpas para não se juntar aos foliões, deixou de conseguir uma e acabou por sair para a folia. Saiu de casa já cansada, pensando no caminho até a cidade, pensando nas notas de dinheiro que seriam perdidas, pensando nos filmes que deixariam de serem assistidos...


Foi recebida na casa da prima já com cuba e gelo, e mesmo depois da segunda dose continuava desaminada. Mas como não queria estragar o carnaval de ninguém, botou o sorriso no rosto e foi seguindo as meninas.


Chegado no local da festa, começou a sentir que aquilo ali não era seu lugar. "Nada que uma musiquinha não resolva" - disse a prima. E aí, já que já estava na chuva, se molhou. Aprendeu três ou quatro coreografias, comprou água, ganhou um banho de cerveja nas pernas, não reclamou das pessoas suadas que transitavam pra lá e pra cá encostando nela. Ela por sua vez também suada, transitou pra lá e pra cá encostando nos outros...


Acabou que entre mortos e feridos salvaram-se todos. Ficou com uma boa impressão do carnaval de BH. Não viu brigas, não viu assaltos, não viu homens agarrando mulheres a força... Ainda não gosta de carnava, mas se houver convite, no próximo ano sai de novo para seguir o bloco por uma das ruas da cidade.

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sobre empresa e vida

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Parei para pensar em uma coisa hoje: o caos que anda o gerenciamento dos projetos da empresa onde trabalho. Porque isso hoje? Não sei.

Atuo lá no final do caminho e, não sei bem porque,  sinto que é onde se tem a percepção do problema do gerenciamento. Sinto minha lista de atividades crescendo e crescendo... Mas e daí, Maíra. Você veio aqui hoje só reclamar de estar com muito trabalho? Não exatamente. Explico:

Acredito lá que devem existir reuniões no comecinho do projeto onde os cabeças organizam as coisas. Arrumam cronogramas, decidem as prioridades, escolhem quem vai "servir" em qual projeto e coisas deste tipo. Fecham tudo, saem de lá sorridentes, com aquela velha e boa sensação de dever cumprido, pegam suas xícaras de café e vão apreciar a vista da janela da sala. Tudo está bem.

Eis que um belo dia aquelas atividade precisam começar a serem executadas. Daí começa o trabalho duro porque a empresa não está parada esperando o projeto começar. Aquele time tá fazendo outra coisa, a outra coisa tem prazo (provavelmente apertado) e as pessoas não vão demonstrar a menor satisfação de verem suas listas de atividades aumentando e aumentado. Tá, Maíra. Mas o que você pensou é a realidade de 90% das empresas. Você acha que naquela ali em frente as coisas acontecem de forma diferente? Muito provável que não, lá é o mesmo caos, as pessoas estão com sua lista de tarefas cada vez maiores e estão tão desanimadas quanto você. Para que você parou para pensar nisto, afinal de contas?

Bom, estava eu sentada pensando no caos que anda minhas atividades de "lazer". Aquelas que todos nós juramos que faremos assim que chegarmos em casa depois do trabalho: estudar inglês, revisar o livro, estudar pro concurso, pilates, a pilha de livro pra ler, corrida, aqueles mil filmes que não assistimos... E aí? E aí que tenho pesando nelas como se fossem os tais projetos das empresas. Tá doida, Maíra? De onde você tirou isso? Tirei de uma dessas tardes onde você quer estar em casa ao invés de sentada na sala com ar condicionado gelado. Um pouco revoltada com todas as minhas atividades que precisava entregar e foram adiadas.


Daí comecei a pensar que faço praticamente a mesma coisa na minha vida. Sou uma gerente de projetos mais ou menos empolgada com novos projetos. Arrumo um provável cronograma, fico feliz com o "Trabalho inicial", sento para tomar minha xícara de café feliz da vida...Mas na hora da execução não sou uma boa recruta de recurso (no caso: meu tempo). Já tenho lá projetos rolando, e sei que terei que fazer como uma das empresas desorganizadas: definir prioridades. E assim faço: um dia a prioridade é ir pro pilates, no outro é assistir aula e assim vou seguindo.

E a frustração? Não sente a lista de tarefas aumentando e aumentando? Isso não te deixa tão revoltada quanto as tarefas do trabalho? Fico mais frustada, senhores, uma vez que sei que a culpa de tudo é minha e somente minha.

Mas você não tá pensando em resolver isso, Maíra? Não dá pra viver frustrado!Estou! Estou revendo as prioridades dos meus planos. Estou fazendo uma retrospectiva do andamento de cada um deles. Tenho já claro quais preciso manter, quais preciso descartar. Mas preciso de ânimo para levantar a manga da camisa e correr atrás do tempo perdido. E isso fica como cena para os próximos capítulos.


Tá, você falou, falou e conclui o que? Concluo que não dá para ficar jogando a culpa do caos que está sua lista de atividades no gerente de projeto preguiçoso. A culpa mesmo é da nossa cultura. Nosso jeitinho que sempre vai empurrando com a barriga, e nunca fazendo hoje o que podemos fazer amanhã.
 




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29

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No último dia 26 de janeiro ela soprou as velinhas dos 29. Vinte e nove, o último dos Vinte e alguma coisa. Daqui para frente virão os 30...

Foi um aniversário diferente, ela não sentiu nada de especial. Houve reunião chata no trabalho, transito complicado pra voltar pra casa, chuva forte na estrada. Houve almoço com os amigos de trabalho. Houve ligações de poucos amigos. Houve presente. Houve também uma angústia de querer que o dia acabasse, houve um peso nos ombros, houve vontade de ouvir Norah Jones e dormir. Mas o dia acabou por terminar. E agora ela já está nos 29.

E o que ela espera dos 29? Fazer aquela lista de todas as coisas que devemos fazer antes dos 30? Ela sabe que não conseguirá fazer nem a terça parte: não vai morar sozinha, não vai fazer intercambio, não vai levar realmente a sério seu trabalho... Ela tá mais preocupada com o seu relógio biológico insistente que vive lhe dizendo: "olha a hora de ter filhos"...

E assim ela segue, nada preparada para ter 29, nada preparada para ter 30. Ainda se sentindo com vinte e alguns como diz a letra da canção tema deste blog:




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