Recarregar cartuchos e responsabilidades
Deixei de morar na casa da minha mãe no ano passado. E ao longo desse ano, ando passando por inúmeras desventuras: esqueço de pagar as contas, não compro comida o suficiente, nunca lembro de descongelar a geladeira, há impressões digitais na tela da minha tv, e outras coisas mais. O pior é que não tem ninguém para me cobrar as coisas e eu tenho que ser meu próprio fiscal de tarefas. Coisa em que sou péssima...
Nessas indas e vindas, meu pai é quem geralmente faz minhas tarefas mais árduas: ir ao banco, ligar pro encanador, carregar meu cartão de passagem, carregar minhas tintas de impressora. Coisas fundamentais, que cabem a mim, a distraída e relapsa filha, fazer. Mas eu prefiro ficar em casa, fazendo coisas mais adultas com ler Desventuras em Séries, assistir seriados, entrar no orkut, enfim, assuntos de maior importância.Mas no mês passado, eu decidi que já estava na hora de resolver meus próprios pepinos, e dei partida na 'lista de obrigações sem graça' que tenho que cumprir. Fui ao banco, paguei minhas contas na data, e até mesmo, carreguei meu cartão de passagem. Tentando manter a decisão, fiz compras de mantimentos para o mês inteiro, limpei a geladeira, e acreditem se quiserem, liguei pro eletricista para resolver um probleminha do chuveiro.
Tudo ia bem, eu consegui resolver meus probleminhas domésticos, e ainda dava tempo de ler Desventuras em Séries, e assistir seriados. Estava feliz com minha decisão, até a hora em que precisei imprimir um artigo...
Eu e minha impressora não temos um relacionamento alegre e saudável. Possuímos uma relação daquelas em que as partes vivem aos gritos, lágrimas, crises, e ainda assim, não possuem a corarem para terminar. Ela sempre se faz de difícil, e eu me sujeito a todos os seus caprichos. Sou uma pessoa que precisa adquirir muita paciência, e por isso, aturo seu comportamento mesquinho.
Voltando ao artigo, quando o mandei para impressora, aquela telinha bonitinha me avisou que os cartuchos estavam vazios, e a impressão não seria realizada. 'Tudo bem' - Pensei comigo mesma, amanha re-carrego os cartuchos. Depois de uma ‘DR’, consegui retirar os cartuchos vazio, coloquei-os na bolsa e voltei para minha vida.
No outro dia, sai em busca da loja de recargas.Foi nesse ponto que meus problemas começaram: eu não tinha a menor idéia de onde tinha uma loja desse tipo, então rodei feito barata tonta pelo centro de Belo Horizonte. Conheci ruas em que nunca sequer sonhei em passar, entrei em lojas que nunca achei que ia entrar, e quase torci o tornozelo em um buraco.
Encontrei umas lojas sim, algumas até legaizinhas, só que nenhuma conseguiu ganhar minha confiança, e voltei para casa com os cartuchos na bolsa e uma sensação de derrota: eu não conseguira decidir onde deixar os benditos cartuchos para recarregar. Respirei fundo, peguei o celular e liguei pro meu pai: eu precisava da tinta. Conversa vai, conversa vem, e ele começou a me parabenizar pelas mudanças, por ter ido ao banco, por não ter atrasado minhas contas, e pra completar contei sobre a geladeira. Com novas congratulações, ele disse que estava aliviado por eu ter finalmente assumido totalmente minhas responsabilidades. Desliguei o telefone feliz da vida, e fui prepara um lanche.
E a tinta? - Perguntarão os leitores mais atentos. Bem, como não podia decepcionar meu pai, entrei no site de uma loja eletrônica e comprei novos cartuchos. Eles chegam hoje! E ainda continuarei sendo responsável e me dedicando a minhas atividades mais ‘adultas’.
Um comentário :
Gostoso o seu jeito de escrever!
Abraço,
Mwho.
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