Novos passos
Você embarca no ônibus logo pela manhã sabendo que será a última vez que precisará pegar essa condução. Está mudando de casa, à noite já não voltará.Em casa, todas as suas coisas serão transportadas para um novo destino, todas aquelas coisas que você nem mesmo se lembrava que tinha, estão espalhadas em caixas como se tudo que você viveu ali pudesse ser transportado para a nova casa.
Você senta no banquinho não muito confortável pensando nos sacos e sacos de lixo que encheu com um tanto de coisas que na hora da 'arrumação' julgou que não lhe seriam mais úteis e agora, você se concentra imensamente para que essa não utilidade seja confirmada.
Na estrada escura ainda, a ideia de um livro que leu na semana passada lhe vem à cabeça: "mudança pode que se desfaça de coisas antigas para que lhe cheguem coisas novas". E aí, tudo que você consegue pensar são nas novas dores de cabeça que lhe ocupam: aluguel, novos móveis, um imenso novo espaço vazio a preencher...
Pensa na casa antiga, nas esperanças que tinham quando chegaram lá, nos planos de futuro, e também lhe vem a mente a sensação de que não nem planos nem esperanças para a casa nova. Só pede a Deus que dê tudo certo.
Descendo do ônibus, ainda com uma estranha sensação de que não se sente vinculada a nenhum dos dois locais, conclui pensando que para se mudar só precisa entrar em ônibus indo e nunca voltar.
o primeiro dos vinte e quatro
Eis que hoje surge outra dúvida: o que fazer com o primeiro dia de uma idade?O último dos vinte e três
Lembro que toda véspera de aniversário, minha mãe sempre me dizia para aproveitar o último dia de minha idade. E eu nunca sabia o que fazer, ficava pensando no que queria mesmo dizer o último dia de uma idade. Afinal no dia seguinte ia continuar tudo igual, só que quando me perguntassem quantos anos eu tinha, teria que acrescentar um ano. Era estranho esse acréscimo, lembro que só me acostumava com ele lá para meados de fevereiro, por causa das aulas, onde as pessoas costumavam perguntar mais minha idade.Atualmente, as pessoas não perguntam minha idade, minha mãe não me diz mais para aproveitar o último dia da idade que se finda, e eu ainda tenho uma certa dificuldade em assimilar minha nova idade, mas aquela dúvida ainda é forte: o que se faz no último dia de uma idade?
reflexo de um dia incerto
Levanta as cinco, quando o alarme toca. Ainda tonta deixa que o chuveiro leve embora o que lhe resta da noite mal dormida. Vai para o quarto, veste-se para um novo dia, coloca um perfume novo. Pensa que irá vê-lo dentro de uma hora e meia, logo cedo.Mistura a hortelã do creme dental ao que sobrou do café engolido as pressas, arruma os fones de ouvido no banco do ônibus. Tem cuidado para não amassar o blazer de uniforme de sua irmã que dorme no banco ao lado.
Seu telefone toca. Ele diz que não irá hoje. Ela questiona o motivo. Ele responde. Ela diz que tudo bem, desligam. Ela encosta no banco, tenta encontrar o momento certo em que não vê-lo passou a ser considerado uma tortura de guerra. Tenta não pensar que ele não pense tanto nela assim, que não doa tanto nele, tenta lembrar que tudo vai acabar ficando bem. Mas continua pensando em como vai conviver com o resto do dia, ainda mais depois de se lembrar da frase dele: se eu acordar, entro no talk.
Sente aquele vazio crescendo, desce do ônibus e se lembra da fala de um personagem de uma novela que assistiu a muito tempo: "As pessoas mudam. Suas prioridades mudam..." E tenta continuar pensando em como vai manter o dia.
nota solta
Ultimamente ando comparando o ano novo com um frasquinho cheio de um líquido: A esperança.Apesar de ainda estarmos em janeiro sinto que o meu já passou da metade.
E aí, penso dia e noite em como manter o resto do líquido no vidro...
Passando as férias...
Tenho lido mais livros do que o planejaoAssito a menos filmes do que queria
Ainda não comecei a montar um blog que fora encomendado
Não consigo mais trabalhar o tempo todo ouvindo música
Nem mesmo venho no ônibus escutando música
Não terminei de assistir Gilmore Girls
Meus novos fones que uso no trabalho me machucam
Coloquei um monte de músicas católicas no meu celular
Continuo indo bem pouco a missas
Comecei uma nova caças a um novo emprego
A lista de livros a serem lidos vem almentando consideravelmente
Cada vez mais me assusto com a minha conta de celular
Vou começar um curso em EAD
Cada dia que passa tenho mais dúvidas sobre tudo
Ano novo, reflexões não tão novas assim
Evidentemente não há nenhuma garantia de que o seu novo patrão vá ser melhor, e nenhuma garantia de que você seria capaz de continuar trabalhando para o mesmo patrão se conhecesse outro de quem gostasse.Se o único problema em sua situação atual é a pessoa a quem tem de se reportar, pense bem sobre todos os aspectos do seu trabalho antes de decidir mudar de emprego. Uma opção mais conveniente seria assumir uma atitude filosófica em relação a trabalhar com essa pessoa que lhe permita ficar acima do transtorno. Talvez tenha de absorver a injustiça, e desenvolver os seus próprios recursos internos o ajudará a ficar mais resistente. Procure alguém em sua empresa ou na sua área de trabalho para ser seu mentor, para garantir input positivo e assim compensar o fato de ter de trabalhar para uma pessoa difícil. Não se esqueça de perguntar a si mesmo: "O que posso aprender com isso?" A resposta pode fazer a experiência valer a pena.
Por mais difícil que seja, este é, provavelmente o "melhor caminho" que o Tao recomendaria. Se o encontrar, diz o Tao, ninguém conseguirá fazer-lhe mal. Não se trata apenas de ser gentil para que ninguém queira apunhalá-lo pelas costas. No caminho superior, as suas costas simplesmente não estão acessíveis.
"Pois ouvi dizer que os que sabem viver, quando viajam for terra, não encontram rinocerontes nem tigres; quando vão para a batalha, não são atacados por armas e braços. Neles o rinoceronte não encontra lugar para enfiar o chifre nem o tigre para cravar suas garras; neles não há lugar onde as armas possam mergulhar suas lâminas." LAO TSÉ
O fato de o seu patrão dizer que você não está fazendo um bom trabalho não significa que não esteja mesmo, e, provavelmente, não deve temer perder o cargo. Seu patrão precisa de você. No mínimo, a hierarquia requer alguém a ser hierarquizado. Talvez o seu chefe esteja gritando com você só porque o chefe dele gritou com ele. Por isso, não grite de volta, não leve para o lado pessoal, e nem vá para casa descontar no cachorro. Faça o seu trabalho o melhor possível, e escolha o caminho mais fácil: deixe que o círculo vicioso se interrompa em você.
Trecho retirado de Mais Platão e Menos Prozac de Lou Marinoff
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