Domingo sem sal e com soro
Abriu os olhos, era o primeiro dia sem horário de verão do ano, tentou reconhecer o quarto, a cabeça doia. Só queria rolar para o lado sem sol da cama e dormir por mais uma hora. A mãe sabendo do estado atual da garota a chamou:- Já passa das oito, levante, vamos ao hospital.
Aquele sol todo, a claridade do quarto, a dor de cabeça, essa mistura toda fez com que a garota dissesse:
-Preciso de mais meia hora!
A mãe, poucos segundos depois retorna ao seu quarto e desperta novamente a garota:
- Já se passou uma hora, se não sairmos agora vamos passar o domingo no hospital.
Com os olhos ardendo, a garota levantou, tomou um banho para espantar um pouco o mal-estar que a dominava, jogou os documentos e celular em uma bolsa menor e aceitou ser arrastada para o hospital da cidade. A mãe falava sem parar sobre seu estado caótico: uma semana de tosse ininterrupta, três noites em claro, bolsa arroxeada ao redor dos olhos... Quando ficou sabendo da bolsa ao redor dos olhos, a garota retirou os ósculos escuros e o colocou sobre o rosto. Não queria parecer tão adoentada. Doce ilusão!
No hospital, o médico que a atendeu, despejava sono, e ainda desejou boa tarde, às 10:00. Plantão deve ser duríssimo! Examinou-a de boa vontade, e traçou parte do seu dia: chá de cadeira nas esperas: pedido de raio-x, duas nebulização e um outro medicamento diluído em soro fisiológico. Pelo menos conseguira terminar de ler o interminável "Livro do Assassino".
Primeira parada: sala de raio-x. A mãe já impaciente, por terem passado uma hora e meia esperando a consulta, bateu na porta da sala e entregou o pedido: seios da face e pulmão. Após mais meia hora de espera, a garota entrou na sala gelada, e seguiu orientações sopradas pela técnica mau humorada. Aparentemente, trabalhar domingo não era para ela.
Já de volta a sala de espera, para aguardar as chapas, o horror começou: um homem ensanguentado que caíra da bicicleta e, um outro que quebrara a perna. Depois dessas duas visões, decidiu que não era mais seguro levantar os olhos do livro e, assim permaneceu até a hora de receber a medição.
Soro, veia, álcool, sangue. Esses elementos a enjoavam. Não suporta ser furada, costuma tremer toda vez sente que será perfurada por uma agulha. Lembrou-se de sua última crise de labirintite, um mês antes, quando ficou sentada em uma sala quarenta minutos sentindo cada gota do bojo de soro penetrando em sua corrente sanguínea. Comentou com a mãe:
- Tomar soro agora virou rotina?
A mãe sorriu e tentou confortá-la com um carinho em sua mão, e lhe passou a máscara para a nebulização. A próxima ainda teria que esperar meia hora.
Voltaram ao consultório do dr. Distraído, que examinou sua radiografias e concluiu que a garota não tinha nada. Mas ainda assim, receitou três remédios diferentes.
Hoje, a garota, a pesar de uma noite bem dormida, encontra-se dopada por antialérgicos, xarope, analgésicos e mel. E ainda tem um dos braços roxo. Mas já não tosse tão frequentemente como na semana passada. Mas o que mais a intriga, é que dr. Distraído, disse que ela não tinha nada... Será que ele queria dizer que ela não tinha nada de grave?
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4 comentários :
Menina, mas q coisa chata hem :(
Soro, hospital, sangue, tenho pÂnico só de pensar! Melhoras jáaaaa!
Bjos, boa semana pra gnte!!!
Nuss ,
Espero melhoras [urgeentes!]
Bjs
Carla,
compartilho seu pânico! Brigada pelos votos!
Marcela,
Elas estão chegando! Tanks!
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