sobre empresa e vida
Parei para pensar em uma coisa hoje: o caos que anda o gerenciamento dos projetos da empresa onde trabalho. Porque isso hoje? Não sei.Atuo lá no final do caminho e, não sei bem porque, sinto que é onde se tem a percepção do problema do gerenciamento. Sinto minha lista de atividades crescendo e crescendo... Mas e daí, Maíra. Você veio aqui hoje só reclamar de estar com muito trabalho? Não exatamente. Explico:
Acredito lá que devem existir reuniões no comecinho do projeto onde os cabeças organizam as coisas. Arrumam cronogramas, decidem as prioridades, escolhem quem vai "servir" em qual projeto e coisas deste tipo. Fecham tudo, saem de lá sorridentes, com aquela velha e boa sensação de dever cumprido, pegam suas xícaras de café e vão apreciar a vista da janela da sala. Tudo está bem.
Eis que um belo dia aquelas atividade precisam começar a serem executadas. Daí começa o trabalho duro porque a empresa não está parada esperando o projeto começar. Aquele time tá fazendo outra coisa, a outra coisa tem prazo (provavelmente apertado) e as pessoas não vão demonstrar a menor satisfação de verem suas listas de atividades aumentando e aumentado. Tá, Maíra. Mas o que você pensou é a realidade de 90% das empresas. Você acha que naquela ali em frente as coisas acontecem de forma diferente? Muito provável que não, lá é o mesmo caos, as pessoas estão com sua lista de tarefas cada vez maiores e estão tão desanimadas quanto você. Para que você parou para pensar nisto, afinal de contas?
Bom, estava eu sentada pensando no caos que anda minhas atividades de "lazer". Aquelas que todos nós juramos que faremos assim que chegarmos em casa depois do trabalho: estudar inglês, revisar o livro, estudar pro concurso, pilates, a pilha de livro pra ler, corrida, aqueles mil filmes que não assistimos... E aí? E aí que tenho pesando nelas como se fossem os tais projetos das empresas. Tá doida, Maíra? De onde você tirou isso? Tirei de uma dessas tardes onde você quer estar em casa ao invés de sentada na sala com ar condicionado gelado. Um pouco revoltada com todas as minhas atividades que precisava entregar e foram adiadas.
Daí comecei a pensar que faço praticamente a mesma coisa na minha vida. Sou uma gerente de projetos mais ou menos empolgada com novos projetos. Arrumo um provável cronograma, fico feliz com o "Trabalho inicial", sento para tomar minha xícara de café feliz da vida...Mas na hora da execução não sou uma boa recruta de recurso (no caso: meu tempo). Já tenho lá projetos rolando, e sei que terei que fazer como uma das empresas desorganizadas: definir prioridades. E assim faço: um dia a prioridade é ir pro pilates, no outro é assistir aula e assim vou seguindo.
E a frustração? Não sente a lista de tarefas aumentando e aumentando? Isso não te deixa tão revoltada quanto as tarefas do trabalho? Fico mais frustada, senhores, uma vez que sei que a culpa de tudo é minha e somente minha.
Mas você não tá pensando em resolver isso, Maíra? Não dá pra viver frustrado!Estou! Estou revendo as prioridades dos meus planos. Estou fazendo uma retrospectiva do andamento de cada um deles. Tenho já claro quais preciso manter, quais preciso descartar. Mas preciso de ânimo para levantar a manga da camisa e correr atrás do tempo perdido. E isso fica como cena para os próximos capítulos.
Tá, você falou, falou e conclui o que? Concluo que não dá para ficar jogando a culpa do caos que está sua lista de atividades no gerente de projeto preguiçoso. A culpa mesmo é da nossa cultura. Nosso jeitinho que sempre vai empurrando com a barriga, e nunca fazendo hoje o que podemos fazer amanhã.
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2 comentários :
Ai Maíra!
Deixa eu te dizer... tô assim também. Com a vida, com a empresa, e por aí vai... Mas diferente de você, estou mesmo é com preguiça de tentar mudar :(
Ai Marcela,
a preguiça também é minha companheira. Temos é que ir arrastando ela junto com a gente, só não podemos deixar ela mandar na nossa vida TODOS os dias. Um dia ou outro pode, mas TODOS não. ;)
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