Sobre fases e gostos fortes...
Parei de comer carne aos dois anos. Antes que me perguntem o porque, já lhes adianto que não tenho a mínima idéia da causa. Nem eu mesma, lembro de quando comecei a rejeitar o alimento. Tudo que possuo são relatos da minha mãe, que eu considero uma fonte confiável, apesar dela não possuir artigos científicos publicados.Segundo estes relatos, eu, aquela que não deixava de comer que fosse um pedacinho de qualquer animal morto, passei a não ligar para os pedaços depositados no meu prato: comia todos os outros alimentos e deixava a carne no cantinho. No princípio, mãe não ligava, pensava que amanhã seria um novo dia e que eu iria comer tudo que estava no prato. Mas esse amanhã não chegava...
Veio o fase do "vai comer obrigada", que depois de várias tentativas frustadas, culminantes em chamados diários ao não agradável sr. Miguel, pediu uma solução mais enérgica, e que não me envolvesse tanto. Minha criativa mãe, instituiu a fase "vai comer enganada". Nesse período, tudo que fosse cozido lá em casa, ganhava um ingrediente especial. Outra manobra, era bater pedaços junto ao feijão, que até hoje eu não como inteiro. Essa fase, durou bastante, só descobri sua fórmula de sucesso, aos meus 10 anos.
Depois da descoberta, veio desespero da minha mãe, as idas constantes ao hematologista.Nessa época, entrei na fase: "Eu preciso emagrecer". Sempre fui uma criança cheinha e não queria vir a ser a adolescente gordinha. Para felicidade geral do povo lá de casa, nenhum nutricionista me liberava para uma dieta sem carnes, e eu, não sei como, decidi que aceitaria comer a bendita, desde que fosse adicionada em pequenas quantidades a um bolinho misto de batata e proteína de soja.
Estava aberta a fase da tortura: almoçar era uma tortura. O bolinho entalava na minha garganta, e precisava de muito controle emocional para que ele descesse. Pode ser por isso, que essa dieta, durou apenas cinco meses. Embora esses cinco meses tenham surtido efeitos na queda de peso, e também na diminuição de idas ao hematologista.
Tudo corria muito bem, eu não comia carne, não passava mal, não estava com deficiência de proteínas... Até que, aquela fase "Eu preciso emagrecer", voltou a me assombrar. Já em posse dos meus vinte anos, voltei para os profissionais do controle do peso. Levando em consideração,o meu fracasso com os nutricionistas, decidi consultar um endocrinologista, eu não queria o fantasma da carne me assombrando de novo. Então, na data marcada, e com meu discurso afiado, entrei no consultório da Médica, dra. Boazinha, para os íntimos.
Dra. Boazinha não esperou que eu fizesse meu tão ensaiado discurso, disse que já possuía vários pacientes vegetarianos, e já foi me passando uma lista imensa de substitutos para carne. Mas...
Foi bem clara ao dizer: você vai ter que comer proteína de soja todos os dias.
Eu já possuía uma experiência com a proteína. Não era das melhores, como já sabem, mas,poderíamos nos dar bem desta vez. Nos primeiros contados, não fizemos progressos. O gosto forte e a textura, enjoavam meu pobre estomago e eu largava metade do que havia posto no prato. Tudo parecia retornar a fase tortura.
Hoje, já nos vinte e alguns, consigo relembrar do gosto de cada uma das fases da trajetória da carne em minha vida, e concluo que o da proteína é o mais tolerável. E aí, para evitar futuras consultas ao hematologista, engulo tudo e qualquer coisa feita com a tal proteína de soja. Vivo na fase tolerância.
Talvez o gosto já nem incomode tanto, afirmaria os mais otimistas... Não senhores, ainda incomoda.
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8 comentários :
Ei, estou estreando hoje uma nova idéia no Orkut. Eu percebi que os comentários em nossos blogs viam sempre das mesmas pessoas, então resolvi criar uma comunidade no Orkut pra gente conversar, se conhecer e ler os blogs alheios.
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Eu sou tratada como alienígena porque não tomo refrigerante (nem bebida alcóolica) há 5 anos. Vontade própria, ninguém me obrigou ou doutrino para tal. Apenas quis, e isso incomada as pessoas (sem nada para fazer com seus próprias vidas).
Abraço do
LIQUIDIFICADORIZANDO
Alexandra Periard
Oiii, eu não tenho um alimento que rejeite completamente nao... Alias, adoooro carne! Só diminui a quantidade de refrigerante mesmo, e bebida alcoolica, nem pensar! Mas do resto... como de tuudo :p hehe
beijos
que locuraa kkkk
eu como carne tdo diaa *-*
adoroooooooooooo,
bom cada um com seu gosto hauahua
bejooo
Eduardo,
assim que der pra passar no orkut, entro na comunidade.
Alexandra,
já estou tão acostumada com olhos olhares perplexo, que já me sinto uma alienígena.
Marcela,
sorte a sua, viu! Quando eu crescer, quero ser assim. hahuahhu!
Camila,
eu não como nem se me pagarem, rsrs.
Concordo em "genero, numero e igual"!
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