Vinte e Alguma Coisa

Amor não é a resposta, trabalho também não é.... A verdade é tão incompreensível que dói... Mas eu continuo me divertindo e acho que essa é a chave.. Tenho vinte e poucos e continuarei sendo a mesma coisa....

banda larga e renúncias

Um comentário

Após o turno de sábado na faculdade, a garota entra no ônibus de todos os sábados, ajeita a mochila do fim-de-semada, acomoda a biblía de cálculo no colo e tenta encontrar algo para prender sua atenção. Os artifícios normalmente usados estão lá no fundo da mochila e abri-la, significa expor sua coisas, intínas e não, aos outros passageiros do ônibus.
Logo no segundo ponto, entra no ônibus um rapaz pequenino: com idade de homem e tamanho de menino falando ao celular. A consciência da gorota protestou: "Não vai ouvir a conversa dele, nós temos que dar privacidade as pessoas. Você destesta que invadam a sua. Não faça isso". Ela até deu ouvidos a sua consciência nos primeiros minutos, mas depois foi impossível controlar o tédio da viagem e entrou com ouvidos famintos naquela conversa.
O rapaz dialogava com uma atendente de uma prestadora de internet de banda larga. Não pude deixar de relembrar da situação vivida e revivida por mim:
- Não, mas eu sei que agendaram para daqui a duas semanas, mas eu precisava saber se vocês irão instalar mesmo. Disse rapaz, quase como quem pede desculpas por interromper alguma coisa.
- Sim, eu vou aguardar. Mas é que a operadora tal entrou em contato comigo, e confirmou que consegue instalar na semana que vem. Contiuou o rapaz: Não! Não estou fazendo terror não. Eu prefiro mesmo fechar com vocês. Até porque o preço e o serviço de vocês me serve melhor.
A garota olhou pra o rapaz e fez um gento para segurar sua bolsa. Ele entregou com um sorriso agradecido, e continuou a falar. Disse que precisa do serviço por causa da faculdade, tal... Nesse momento, a garota compreendeu o porque da ligação. Associou sua experiência acadêmica à dele e, acreditou que tinham o mesmo problema: Dinheiro curto.
Entendeu o porque dele não ter fechado com a outra operadora, a pequena diferença de preço pode fazer toda a diferença na quantia que ele tem disponível para gastos. Pensou no ano passado, quando abriu mão de uma série de pequenas coisinhas para bancar a conta do provedor de internet, relembrou como foi complicado pagar os equipamentos no primeiro mês: não comprou nem uma bala. E ainda hoje tem problemas para ajustar as outras contas necessárias com a mensalidade da banda larga.
Voltou a atenção para o garoto que tentava novamente convencer a atendente de que tinha intenção de fechar contrato com eles:
- Não, fecho com vocês sim. Vou aguardar então a instalação no dia combindo.
Pausa.
- É o preço de vocês é bem melhor para mim. Tá certo. Eu aguardo. Mas eu só queria que vocês registrassem aí que eu liguei, porque pode vir a ser um ponto a meu favor.
Pausa.
- Tá certo, eu aguardo então. Olha, desculpa estar ligando e atrapalhando seu dia, mas é que preciso mesmo do serviço. Ok. Eu aguardo. Obrigado.
Desligou o telefone, suspirou e voltou seu olhar para a janela. A garota, que também, observa a jenela, pensou no porque dos alunos precisarem tanto de internet em casa. Pensou... Pensou... Encontrou motivos palusíveis, tolos, justificados, incoerentes, e depois de tanto pensar, decidiu que não adianta encontrar justificativas, terá que manter a assinatura.
Olhou novamente para o rapaz, sentiu uma pequena onda de dó chegando: ele iria sacrificar algo em função do aprendizado acadêmico. Será que eles (ele e ela), obterão o resultado esperado? Vale mesmo a pena investir pesado nisso?
O rapaz pediu a bolsa, sentou-se do seu lado. A garota percebeu assustada, como sempre, que a hora de descer estava proxima, ajeitou seus pertences e ainda sorriu para o rapaz ao descer. Queria que ele soubesse, que não é o único a ligar "implorando" instalação de algo. Mas ele não deve ter compreendido o recado, apesar de ter retribuído o sorriso.
Percorreu o restante do caminho pensado que se pudesse, faria um pedido aos atentendes de operadoras de internet: Não façam hora com universitários que solicitam implantação de serviço. Eles renunciaram a muitas coisas para 'utilizar' seus serviços. Muitas mesmo!
Entrou no outro ônibus, rezando para acontecer algo mais pra que tenha uma nova história para contar.

Um comentário :

Negâ disse...

Complicado! temos que deixar de fazer muitas coisas em função do aprendizado acadêmico. espero que faça diferença pra você, pra ele, pra mim e pra todos que se sacrificam todos dos dias.

Beijoss flor!