O som do domingo
Reparou que todos os domingo era acorda por uns ruídos
ao longe, algo que não conseguia definir bem:
talvez fosse
barulhos de um trabalho urgente a ser feito, talvez o som do preparar o café de
alguém, quem sabe ainda a melodia de um pássaro ao longe....
Lentava, procurava a xícara, preparava o seu café e logo, já estava absolvida no mundo de papeis, livros e teoremas. Mas continuava a sentir a presença daquele som, embora agora, por causa dos barulhos do dia, não fosse mais audível.
E por essa presença, sentia-se obrigada a escutar músicas clássicas. Selecionava um dos CDS da coleção de seu pai, colocava-o no som, e voltava a seu mundinho. Permanecia lá por muito tempo, nunca sabia quando o CD tinha terminado. Parecia que as notas obtidas pelos músicos, serviam de ponte para que sua mente entrasse no mundo dos números e códigos.
O domingo, dia odiando por ela, passava rapidamente, era leve, e o melhor de tudo, conseguia colocar os estudos em dia. Não sobrava nada a ser levado para a loucura da semana, onde sempre é desperta por cachorros latindo.
Já se passara três semanas em que não consegue ouvir 'seu' som nas manhãs de domingo. Acorda nervosa, liga um CD de uma cantora canadense em sua fase raivosa, os neurônios não conseguem atravessar aquela ponte até os códigos e números. Todos os estudos extra-classe, são arrastados para a semana. E seu humor turva quando se lembra que passará madrugadas debruçada sobre bíblias e softwares para conseguir entregar todas suas atividades acadêmicas.
Tudo isso, porque o bebê do vizinho nasceu...
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